A Açorianidade nos Presépios

Christmas in the Azores-Maria Oliveira Language Learning CenterO presépio é uma referência cristã que nos remete para o nascimento de Jesus numa gruta em Belém, acompanhado do seu pai, São José e sua mãe, Santa Maria. Reza a tradição de que José e Maria pernoitaram nessa gruta, destinada à guarda de animais, nascendo Jesus numa manjedoura. O presépio surge-nos representado pelas seguintes figuras principais: a gruta com José, Maria e o Menino Jesus, acompanhados do burrinho e da vaquinha que o aqueciam; pastores da região que, avisados por um anjo, vinham adorar o Menino; e três reis magos vindos do oriente, guiados por uma estrela, que lhe oferecem simbolicamente ouro, mirra e incenso.

Nos Açores uma das tradições natalícias mais importantes e que ainda se mantém bemA AÇORIANIDADE NOS PRESÉPIOS-Maria Oliveira viva é a de fazer o presépio. Os presépios são feitos ao longo do mês de Dezembro e constituem uma actividade que envolve toda a família, desde crianças a idosos, pois incluem várias etapas, desde a saída para ir procurar musgos, areia, pedras, a escolher o local para o fazer, montá-lo e por fim dispor as figuras minuciosamente de modo a recriar o reino do Deus Menino. Os presépios possuem uma identidade especial, espelhando as características físicas e sociológicas de cada região. No caso dos presépios Açorianos encontramos as figuras feitas de barro da terra e pintadas à mão, aproximando-se por vezes dos trajes açorianos; os montes feitos de leivas (nome dado ao musgo fofo e fresco presente nas pastagens) e as ruas entre as casinhas feitas de areia ou bagaço (pedras pequeninas de origem vulcânica). São ainda retratadas cenas do quotidiano das populações que nos permitem entender o seu dia-a-dia e tradições, por exemplo no Pico é comum encontrar no presépio a representação dos tocadores de uma Chamarrita (Baile típico). Há ainda quem mantenha a tradição de colocar pratinhos de trigo ou ervilhaca em volta do Menino Jesus ou quem faça o ‘Altar do Menino’ – degraus forrados de pano branco com a figura do Menino Jesus no cimo, decorados com flores naturais, pratinhos de trigo e outras oferendas, por exemplo tangerinas.

Em todas as igrejas é possível encontrar um presépio e até em muitos lugares públicos e praças. Por vChristmas in the Azores-Learn to speak Portugueseezes, fazem-se presépios vivos, onde as figuras do presépio são representadas por pessoas. Normalmente encenados por grupos de jovens, escuteiros ou alunos de catequese e visitados por toda a população com grande curiosidade

Toda a preparação do presépio envolve muita dedicação e entusiasmo, sendo motivo de orgulho em cada casa e família. É tradicional os amigos e familiares visitarem-se na quadra natalícia para apreciarem os presépios uns dos outros, e também saborear os deliciosos doces e licores desta época. Este contemplar do Menino Jesus deitado nas palhinhas invade-nos de ternura e compaixão, levando-nos a reflectir na pobreza e humildade com que se deu, por amor, aos Homens.

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Fajã de Santo Cristo

Fajã de Santo Cristo on São Jorge IslandOne of many memorable days on our recent language immersion tour of the Azores Islands took place while visiting Fajã de Santo Cristo on São Jorge island. A fajã is a flat, often sloping piece of land found along the coast and is formed by the lava flows from volcanos and debris from crumbling cliffs. São Jorge has 46 fajãs, more than any of the other eight islands.

The Fajã de Santo Cristo may be the most beautiful fajã in São Jorge, but it is certainly notFajã de Santo Cristo on São Jorge Island the easiest one to visit. After parking the car at fajã dos Cubres, there is a 9 kilometer walk, more than 5 miles, to the Fajã de Santo Cristo itself. For this reason this is an optional trip on our tours. But on this fine day everyone agreed to take the trip, and it was well worth the effort. Along the way we enjoyed fantastic views of the islands of Pico and Faial. The weather was perfect, and we hardly noticed how long a hike it was.

On arrival we were so struck with the beauty of the place that we sat for a while just taking it in. This fajã encompasses a lagoon before it curves away into the sea. Across the lagoon are a few houses belonging to local residents, a church and a small restaurant. We admired the reflections of the mountains in the lagoon, and then we decided to explore.

As we hiked around the fajã we watched the shifting views of the land and ocean, peered into an almost hidden underground cave, and decided that yes, Fajã de Santo Cristo is probably the most beautiful fajã of all. But the best was yet to come.

Fajã de Santo Cristo on São Jorge IslandBecause the tide was out we were able to see vast clumps of lapas along the shoreline. Lapas are limpets, a mollusk with a dome-like shell that clings to rocks to keep from being washed out to sea. And they are very tasty! Using a small knife we pried them off the rocks and ate them without any preparation at all! They are safe to eat raw as we can certainly attest to, and they are delicious that way, but many people grill them or make a stew of them with rice. Eating them as we did we were reminded of oysters, clams, and other shellfish that can be eaten fresh from the waters. When we had our fill of lapas we walked back to the lagoon and spent some time digging clams, which we also ate on the spot!

We eventually wandered over to the buildings we had seen and there found a pleasant restaurant to enjoy coffee and rest from the exertion of feeding ourselves. It was time to leave when we saw the clouds starting to change. Sure enough, on our hike back to the car it sprinkled on us, and somehow this was as much fun as anything else we had done that day. Wet and happily tired we climbed into the car and headed back to the main road.

Fajã de Santo Cristo on São Jorge IslandAlong the way a local rancher was guiding his herd of cows to a new pasture and he clearly didn’t care if we were in his path. Suddenly we were surrounded by cows on all sides. Surrounded first by the glorious ocean and now surrounded by a sea of cows, we laughed and decided it was the perfect end to a perfect day!

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Páscoa nos Açores

Pascoa nos Azores - Easter in the AzoresPáscoa nos Açores – Easter in the Azores.

Em todo o país na quadra da Páscoa vivem-se grandes e remotas tradições. Nos Açores, por estes dias, o anúncio da Semana Santa parece ser dado pelo crepitar dos fornos de lenha que se começam a fazer ouvir e dos quais saem brilhantes e fofos folares que rendem qualquer um ao seu sabor.

Os folares são um pão doce, cuja massa é amarelada e muito fofa, tendo um ou dois ovos no seu interior, ou amêndoas (nos Açores). Os ovos simbolizam a vida e a fartura, Easter in the Azores - Maria Oliveiranuma quadra na qual se celebra a própria vida e a renovação. Estes representariam também a esperança por prósperas colheitas – numa época em que os Açores possuíam o seu próprio celeiro Atlântico’ e dependiam das suas colheitas. Nessa altura e por esta quadra as famílias dirigiam-se ao celeiro, onde guardavam o trigo e o centeio, para apartar o moio, destinando uma parte à confeção dos folares e a outra reservada para ser usada ao longo do ano, especialmente pela época do Espírito Santo.

As festividades da Páscoa são sobretudo pautadas pelas celebrações eucarísticas às quais se alia o convívio e a reunião familiar. Entre elas destacamos a quinta-feira na qual se celebra a ‘Ceia Grande’ – segundo a tradição católica, a última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos. Esta é ‘recriada’ em muitos lares, na noite de quinta-feira, juntando-se a família em volta da mesa, celebrando juntos e compartindo Pascoa nos Azores - Folaresuma bem guarnecida ceia. No dia seguinte, ‘Sexta-Feira Santa’ é dia de jejum, em respeito ao dia em que Jesus Cristo foi crucificado e ainda respeitado por muitas pessoas. Há também a Via Sacra – caminho que terá feito Jesus Cristo até ao lugar da crucificação – sendo mesmo feita a encenação desse momento em alguns locais.

É também nesta sexta-feira, ou então no sábado, o dia eleito em muitas casas para se fazerem os folares. No Sábado Aleluia há a celebração da ressurreição, que será realmente celebrada no dia seguinte. No Domingo de Páscoa é então dia de celebrar a ressurreição e a vida, a família junta-se novamente e saboreiam-se pratos regionais: alcatra, torresmos, inhame, entre outros, e claro, as amêndoas (tradicionais por parecerem ovos pequeninos) ganhas no jogo do ‘Balamento’! Quanto às crianças estas anseiam, não tanto pelos folares, Easter in the Azoresmas sim, pelos vistosos e coloridos ovos de chocolate, numa versão já modernizada dos sabores da Páscoa.

No final do dia já se fazem contas para ver quando vai calhar o Domingo do Espírito Santo, pois para a semana já entramos, nesta sim tão açoriana tradição – as Festas do Divino Espirito Santo.

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