Junho! Chegamos aos Santos Populares e há quem diga mesmo que não há festas como estas! E a verdade é que a festa está aí, verdadeira tradição em forma de festa e que o tempo não apaga, começando com o Santo António a 13 de Junho, passando pelo São João no dia 24, até ao São Pedro a 29.
Apesar do Santo António falar mais alto em Lisboa e o Porto acolher tão bem o São João, em terras açorianas os festejos não se ficam atrás – ou não estivéssemos a falar deste povo festeiro. O Santo António já se acabou mas mais um ano fez as honras da casa e abriu muito bem a época dos Santos Populares, estendendo-se pelos mais variados festejos verão abaixo. Nos Açores, o Santo António é festejado sobretudo nos locais onde este é padroeiro, mas acaba por ser lembrado um pouco por todas as ilhas, por mais não seja, como pretexto para as primeiras sardinhadas a juntar os amigos ou mesmo para os primeiros bailaricos de rua. Logo de seguida, chega-nos o São João, de forte tradição na ilha Terceira, com as suas grandiosas Festas Sanjoaninas, mas também festejado no Faial, nas Flores, em Santa Maria e um pouco por todas as ilhas. Já o São Pedro vai contar com grandes comemorações sobretudo no Pico e em São Miguel.
As celebrações contam com marchas, desfiles, cantares, danças e bailes populares, nos quais todos dançam. Na noite de São João são ainda muitos os lugares iluminados e aquecidos pelas tradicionais fogueiras de São João, mas são já poucos os que se aventuram a salta-las.
Somado à folia dos Santos, o bom tempo que se faz sentir com a chegada do tão ansiado verão, as tardes solarengas e vagarosas e as noites quentes, incitam esta ida para as ruas – tão joviais, enfeitadas com arcos e balões – atraindo qualquer um com o cheiro a sardinhas assadas e outros petiscos.
Assim são os Santos Populares, com a capacidade de mobilizar o povo de tal forma que as ruas se enchem de uma alegria contagiante, consumando-se a festa entre conversas, petiscos, brindes e bailaricos. E são sem dúvida estas festas tão populares e vivas uma das mais genuínas evidências e marcas do povo que somos, um povo que sai à rua, dança e celebra!
Comprovando a importância das tradições e o quão bonito é quando estas não se perdem, mas se renovam, tal como cantigas que continuam a saltar de boca em boca:
«Santo António já se acabou,
o S. Pedro está-se a acabar,
S. João, S. João, dá cá um balão para eu brincar.»
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